sexta-feira, 29 de maio de 2009

.aquele cheiro, som, imagem do seu corpo... incendeia.

Ai, como eles sorriem.
E como é intenso o brilho daquela gente de sotaque nordestino e de gingado brasileiro.
E a batucada atiçando os sentidos...
Pés fora do chão, olhos atentos ao movimento da percussão, forte e ritmada, esquentando a alma da gente. Pandeiro, alfaia, tambor que aceleram rebolados, e fazem o povo todo entrar num extase coletivo inebriante, e bonito de ver.
Gosto do discurso de revolução. E dos moços, que saltitam e viram muitos no palco.
Amorenados, de sorriso largo - como gosto de vê-los!
E não me canso de ouvir:
As histórias sobre Canudos (A Matadeira), do moço que pede "Pai, me ensina a ser palhaço" (O palhaço do Circo sem Futuro), da moça que se joga da janela (A teus pés), o fã que morava no Carandiru (Memórias dos Cárcere)...
A poesia de Zé da Luz...
É tanto encantamento, que faltam palavras.
Me apaixono toda vez.
E não consigo me isentar de emoção ao falar desses meninos!
E me orgulho de ter artistas assim no meu país.
Que as fotos falem por si:




E o Cd novo está por vir. Aguardemos!
(Há de ser bom, como sempre...)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Virada Cultural 2009

Ouço reclamações sobre a Virada Cultural de São Paulo de quase todo mundo que se "arriscou" pelas ruas do Centro. E sim, eu também notei a sujeira, o tumulto em alguns shows e o excesso de empolgação de alguns "jovenzinhos desmiolados", mas isso, de maneira alguma, atrapalhou minha diversão.

Afinal, somos paulistanos, ou não? Conhecemos de fato nosso povo e nossa cidade, ou não?

A Virada Cultural aconteceu nos dias 2 e 3 de Maio, e estimava 3 milhões de pessoas nas ruas (alcançamos a marca de 4 milhões), indo atrás de espetáculos como em procissão, animados por cervejas e vinhos, e pela companhia de amigos (os de sempre, e os conquistados ali, na hora, em filas, em "muvucas", em danças apertadas no meio da multidão).

Sim, eu já sabia que seria assim!
(Afinal, essa é a 4ª Virada em que passeio apaixonada...)

Por esse motivo, mesmo querendo muito, evitei shows como o da Maria Rita, Zeca Baleiro, Novos Baianos... E atravessei sorridente a Rio Branco, Sta. Efigênia, São João, República, Anhangabaú...

Se eu reparei na bagunça? Sim! Reparei, claro.

Mas era pouco diante da beleza que é ver nossa São Paulo iluminada às 2 da manhã, florida de moças de flor no cabelo, de meninos que sambam rodopiando lindamente, e de som. Porque atualmente não há maior beleza do que poder caminhar aqueles caminhos sem medo da escuridão.

Pra festejar tal liberdade, vimos, ouvimos, dançamos e cantarolamos com:

Cia de Artes do Baque Bolado passeando pela cidade
Farufyno e Trio Mocotó na Avenida Rio Branco
Curumim no Largo da Santa Efigênia
Instituto, Bnegão, Thalma e Dafé cantando Tim Maia Racional (1975) na São João
Nação Zumbi na Praça da República
Wado, Banda Eddie e Otto no SESC Santana

Se foi bom?
Em boa companhia, o que é que pode ser de todo ruim? hein?!